Vivemos num mundo e em um tempo constituídos por uma quantidade enorme de informações, disponibilizadas em grande velocidade, sem o controle ético necessário à formação da criança e juventude. Desse modo, é importante que a educação, pelas interações na escola, seja construída através de uma forte disposição para a formação do cidadão, pautada em valores éticos, políticos e estéticos.
É necessário observar como nossos jovens percebem o mundo, o modo como cultivam e nutrem suas culturas e suas expectativas formativas, econômicas e políticas, entre outras. Desse modo, busca-se trazer para a escola as diferenças individuais e socioculturais que, pelo trabalho pedagógico, devem ser articuladas com os saberes e as tecnologias necessários a sua formação. E isto nos faz pensar no processo ensino aprendizagem alicerçado no princípio de que se aprende fazendo.
A concepção de ensino se fundamenta na corrente, da Pedagogia, que trata a aprendizagem enquanto cognição, ou seja, aquisição de conhecimentos. Nessa perspectiva, o foco da aprendizagem é o aprendiz, que é visto como sujeito da aprendizagem. Essa concepção se originou nos estudos de Piaget (1896 – 1980), cujas pesquisas conceberam a aprendizagem como assimilação de novos conhecimentos adquiridos pelo indivíduo. Na abordagem cognitiva, o conhecimento é entendido como algo a ser construído, em que o aprendiz é visto como um ser ativo. Essa teoria passou a ser chamada de construtivismo.
Nos estudos desenvolvidos por Vigotsky (1896 – 1934), cuja teoria foi denominada Sociointeracionista, todo conhecimento é construído socialmente, no âmbito das relações interpessoais. Na visão desse pensador, viver em sociedade seria fundamental para o indivíduo “evoluir“ para uma vivência mais humana.
Com este referencial, discutem-se as possibilidades de se pensar a Educação Básica na perspectiva interdisciplinar e contextualizada a partir dos sujeitos e do meio social em que se inserem. Isto se faz, no sentido de compreender a própria cultura, identificando dimensões da realidade motivadoras de uma proposta curricular coerente com os interesses e as necessidades dos alunos. A formação básica para o trabalho é defendida como necessária para se compreender a tecnologia e a produção, com o propósito de preparar os educandos para a realidade contemporânea.
Em decorrência disso, considera-se que o professor tem um papel relevante nesse contexto. O educador, com base nos conhecimentos prévios do educando, intermedeia a aprendizagem, propondo questões, propiciando atividades em grupo, ao mesmo tempo em que planeja e organiza experiências significativas de aprendizagem.
Tais concepções norteiam o trabalho pedagógico desenvolvido no Colégio Estadual Mário Augusto Teixeira de Freitas, o que nos credencia a entender a educação como práticas sociais que permeiam os sujeitos educacionais, em um processo de interação permanente, visando criar condições que permitam a formação do cidadão, a partir de uma formação integral.